segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Alto Lugar

Por esses dias senti-me aflita. Necessitando comunicar-me. Precisava escrever. Mas o que escrever afinal? O que raios estava a sentir? Frustração? Medo? Angústia? Alegria? Felicidade? Era uma mistura de sentimentos que me consumia, me trazia a tempos bons, porém enterrava-me às tristezas.

Como posso mudar de água para vinho tão rapidamente? De um momento de êxtase soterrava-me em desespero. Desespero que fluía rapidamente e logo me tomava. Fechava os olhos e viajava. No céu pude estar. Ao abrir os olhos era como se tivesse caído, derrapado de uma nuvem em um alto lugar.

O fascínio por estar longe do que me sufoca e me faz ter medo de continuar, ali submergia, e tanto amor que no meu coração se escondia, finalmente podia transbordar.

Meu ego sumia, o meu ser logo era inundado. Como um copo cheio de água me derramava. Mais, mais, mais! Era tudo o que meu coração clamava. Novo tempo há de vir. Sei que logo chegará.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Meu mundo é maior

Meu mundo é maior do que pensei. Tudo se resumia a uma simples realidade: meu estado vegetativo me prendia. È como se tudo fosse um tubo de linha, mas que todo ele estivesse enrolado. Os nós foram dados. A cada vez que eu tentava fugir, mas eu me prendia a isso.

É como se eu estivesse direcionada a viver sempre a mesma coisa. É como se nada eu pudesse mudar. Mesmo sabendo de toda verdade, e às vezes não querendo me libertar. Dor alimenta? Por que remoer tanto isso? Seria mais fácil não provar dela. Viver em um mar de rosas, em um conto de fadas, no qual não existiriam as bruxas para dificultar o encontro dos príncipes com suas princesas.

Cadê meus sete anõezinhos? Peter Pan onde te escondes? Fada madrinha porque não escutas os meus lamentos? Fábula. Lenda. Ilusão.

A porta da vida, vida real se abriu para mim, por que então não me atrevo a entrar? O medo tenta me prender, tenta me puxar, me diz que não é seguro lá. Olho de repente para a porta e eis que algo muda nela. Sim. Algo mudou.

Um homem me espera a frente dela. Ao olhar para meu lado, vejo que o medo aqui já não mais se encontra. Ele que tanto me pediu para ficar, agora sumiu. Aquele homem à porta, de lá sai. Para o meu espanto, em minha direção ele vem. Ao olhar para seu rosto, sinto que nele posso confiar. Ele me diz para não ter medo. Segura em minha mão e logo começo a caminhar.

Caminho em direção a tão temida porta. E ao passar por ela, logo percebo que não tinha motivos para temer, por que por mais que tentem me derrubar, aquele moço da porta sempre vem em meu auxílio e logo me ajuda a levantar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

No mundo da lua

Nesses últimos dias fiz uma longa viagem. Viajei para bem longe da Terra. Passeei por um lugar em que o homem se esforça muito para chegar, porém não gastei um centavo sequer.

A Lua às vezes é interessante, mas com o tempo fica monótona. Meu turismo por lá foi meio que duradouro, porém não via a hora de ele acabar. Pessoas, não posso dizer que conheci, afinal, não encontrei vida lá senão a minha. Começava a desconfiar que ninguém viria me buscar. Por sorte me enganei.


“Ele sempre vem em meu auxílio”