sábado, 12 de julho de 2008

De semente à flor


Existem diversos tipos de flores. Assim também são os homens. Mesmo dotados de semelhanças físicas, por dentro cada um é cada um. Alguns se parecem muito com outros, mas nunca se é igual. Algumas flores são belas. Outras feias, e logo murcham.

Antes de nascer, a flor é apenas uma semente dentro do solo. Trancada em sua escuridão, mas ansiosa para chegar logo à luz.

Assim também somos nós. Vivemos submersos em nossos medos. Trancados em nossas angústias. Vazios. Cada dia amanhece. É um novo recomeço. Muitas vezes o que mais se quer é que o dia logo acabe. E que logo se venha outro, na esperança de que possa ser melhor. Quando frustrados, irritados, achando não saber o porquê de ter sido mais um dia ruim, esquecemos que depende de nós a mudança. Depende de nós querermos mudar. Depende de nós mudarmos.

Mais um dia perdido. É assim que venho, ultimamente, contando meus dias. Trancada cada dia mais em um buraco escuro, em um local fechado, me escondo de todos e tento fugir de mim mesma. Há uma porta. Porém a cada dia que passa o que vejo são dezenas de cadeados, correntes e ferrolhos sobre ela. Quem os colocou lá afinal? Não tenho dúvida de que fui eu. Digo, iludindo-me sem dúvidas, que não quero trancá-la. Porém enquanto abro a boca para dizer isso, a tranco.

Consciente de meus erros, levanto. E ao levantar, me jogo no chão. Cada vez com mais força.
Não quero sofrer. Porém saboreio minha própria dor, e pior, lambendo os dedos e pedindo bis.
O que leva uma pessoa a tamanha insanidade? Medo. Do quê ao certo, não sei dizer. Acho que muitas coisas nos colocam para baixo.

A solução pra tudo isso sei qual é. Quero brotar. Preciso brotar. Ver a luz. Brilhar.


Atos 16.26: “E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.”